Em Portugal, há duas tradições a conviver lado a lado: muitas noivas usam o anel de noivado no dedo anelar da mão esquerda; outras preferem a direita e reservam a esquerda para a aliança depois do casamento. A etiqueta contemporânea aceita ambas as opções e reconhece que país, família e crença influenciam a escolha. O importante é que o anel conte a vossa história com naturalidade — sem guião rígido. CasamentosZankyou

- A razão mais citada para o “anelar” da mão esquerda vem de uma ideia antiga, a vena amoris — a tal “veia do amor” que ligaria esse dedo ao coração. A ciência já a desmontou, mas a metáfora permanece e ajudou a fixar o hábito no mundo ocidental. Vale como referência cultural, não como regra. GIA 4CsBrides

Depois do casamento, não existe uma resposta única: há quem junte o anel de noivado à aliança na mão esquerda, e há quem o passe para a mão direita para deixar a aliança “brilhar” sozinha no dia a dia. Em Portugal, ambas as leituras são correntes e elegantes — a decisão é vossa. Pime PortugalCasamentos

No próprio dia do casamento, a solução mais prática é simples: deixem o dedo anelar da mão esquerda livre para a aliança. Muita gente move o anel de noivado para a mão direita antes de entrar; no final, podem voltar a juntá-lo à esquerda ou mantê-lo na direita. Também é válido quem une (solda) anel de noivado e aliança num conjunto pensado para ser colocado de uma vez. O essencial é que o momento decorra fluido, sem tropeços. Onosso CasamentoShimansky Jewelry
Da minha perspetiva de fotógrafo, o anel é um capítulo dentro de uma narrativa maior. Nos preparativos, integro-o com detalhes que têm memória — o bordado da avó, as flores que escolheram, a carta dos votos — e procuro luz suave para desenhar a textura sem transformar a joia no tema principal. Se o anel estiver na mão direita durante a cerimónia, ajusto discretamente ângulos e posições para que, nos gestos naturais — segurar o ramo, ajeitar o vestido, entrelaçar dedos à saída — ele apareça de forma orgânica. Se preferirem guardá-lo, reservo um minuto no final para o fotografar junto da aliança, já com a emoção do “sim” nas mãos.

Há pequenos cuidados que ajudam muito nas fotos e na própria segurança da joia. Na semana do casamento, uma limpeza caseira e suave chega: água morna com umas gotas de sabão neutro, uns minutos de molho e uma escova macia ou pano sem felpas para levantar o brilho. Evitem químicos agressivos e secagens descuidadas; antes de enxaguar, tapem o ralo se estiverem na casa de banho. E, nos dias anteriores, tirem o anel para atividades que o possam danificar ou fazer escorregar — como natação em água fria ou limpezas com produtos fortes. Assim o anel chega impecável e vocês não têm de pensar nisso. GIABridesGlamour

No fim, o que vale é a coerência com quem vocês são. O anel pode viver na esquerda durante o noivado e mudar para a direita no dia; pode regressar à esquerda para acompanhar a aliança ou permanecer na direita como peça protagonista. Nenhuma destas opções vos tira elegância ou significado. A etiqueta moderna dá-vos liberdade, e a fotografia acompanha — atenta às emoções, aos gestos e à luz certa para que, daqui a muitos anos, olhem para estas imagens e se reconheçam por inteiro.
Filipe Santos 2025